sábado, 3 de setembro de 2011

Aos alunos: um pouco de trabalho.

Algumas questões de vestibulares. Questões sobre Antiguidade Clássica . Um abraço e qualquer dúvida, esse é o nosso canal.


GRÉCIA E ROMA – ASPECTOS GERAIS

1. Leia o texto abaixo.

TRÓIA, uma super produção de Hollywood, faz uma representação da famosa guerra travada entre gregos e troianos, com a vingança dos primeiros contra os segundos, que raptaram uma importante mulher da realeza. A respeito desse acontecimento histórico e de tudo que a Grécia representa nos seus diversos períodos, leia as assertivas seguintes, assinalando-as com F quando forem falsas, e com V quando verdadeiras:

01.     O período homérico, no qual ocorre esse conflito, foi marcado pela invasão de jônios, aqueus, eólios e dórios, que marcaram a florescente sociedade grega com nova forma de organização social.
02.     A Ilíada e a Odisséia caracterizam-se como as únicas fontes históricas do período homérico.
04.     Os poemas de Homero retratam a ordem gentílica na Grécia, já em processo de desintegração.
06.     Na Grécia homérica, a cidade ainda não era importante centro de produção artesanal e de comércio.
08.    o sistema educativo espartano visava à formação política e democrática dos seus cidadãos;
10.     o sistema educativo ateniense visava à formação política e militar dos seus soldados, preparando-os para a guerra;
12.     a sociedade espartana estava dividida nas seguintes camadas: eupátridas, georgóis, demiurgos, metecos e escravos, sendo que estes últimos não eram considerados cidadãos;
14.     dentre os excluídos da participação política em Atenas estavam as mulheres, os metecos e os escravos

2.  As proposições abaixo referem-se à Civilização Grega:

I.        Esparta era uma cidade-estado militarista, possuidora de um exército não-permanente e de uma aristocracia conservadora;
II.      A Constituição espartana era oligárquica, assegurando a uma minoria o poder político;
III.     Atenas era uma cidade-estado democrático escravista e progressista;
IV.     O imobilismo social em Atenas era garantido através de um rígido sistema educacional que preparava os indivíduos para a atividade militar;
V.      A formação de centros de colonização em outra áreas do Mediterrâneo, foi decisivo para o desenvolvimento comercial, social e cultural da Grécia.

Assinale a alternativa correta:

a)     Apenas as proposições I, II e III estão corretas.
b)     Apenas as proposições I, II e V estão corretas;
c)     Apenas as proposições II, III e IV estão corretas;
d)     Apenas as proposições II, IV e V estão corretas;
e)     Apenas as proposições II, III e V estão corretas;

3. Leia, abaixo, o trecho da Oração Fúnebre de Péricles.

“Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar outros. Seu nome, como tudo depende não de poucos mas da maioria, é democracia. Nela [...] não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos [...]TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Tradução de Mário da Gama Kury. 3 ed. Brasília: Editora da UNB, 1987, p. 98.

Com base no texto e nos conhecimentos relativos à democracia ateniense, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s):

(    )   A democracia ateniense não permitia a participação de todos os habitantes da cidade, abrindo-a apenas aos cidadãos do sexo masculino.
(    )   Os escravos eram considerados estrangeiros, permanecendo assim, mesmo após obtida a liberdade.
(    )   As mulheres não tinham participação política, ficando limitadas às atividades domésticas, sob rígida vigilância de seus pais e maridos.
(    )   As bases da democracia foram lançadas por Drácon, dividindo os cidadãos em classes, de acordo com suas rendas.
(    )   O regime democrático ateniense disseminou-se por várias cidades gregas, a exemplo de Tebas e Corinto.

         A seqüência correta é:

a)  VVVFF                     c)   VFVFV                 e)  FFVVV
b)  VVFFF                     d)  FVVVF


4. (UFPE) Na construção da sociedade ocidental, há um destaque, dado por muitos historiadores, aos feitos da civilização grega, nos setores mais diversos da sua vida.
Muitos feitos culturais dos gregos:

a) permanecem atuantes na contemporaneidade, contribuindo para o pensamento ocidental, inclusive na formulação de seus valores éticos e políticos.
b) distanciam-se totalmente dos princípios dos nossos tempos, não sendo retomados pelos pensadores do mundo  atual.
c) estão restritos aos tempos da Antiguidade clássica, onde predominavam os interesses da aristocracia comercial de Atenas.
d) são diferentes dos feitos dos romanos e dos outros povos da Antiguidade, pela universalização das suas prática democráticas e estéticas.
e) ficaram restritos às conquistas estéticas da arquitetura e da escultura, onde se salientava a harmonia das formas como princípio estético.’

5. (Vunesp) A palavra democracia originou-se na Grécia antiga e ganhou conteúdo diferente a partir do século XIX. Ao contrário do seu significado contemporâneo, a democracia na polis grega:

a)     funcionava num quadro de restrições específicas de direitos políticos, convivendo com a escravidão, excluindo o direito de participação os estrangeiros e mulheres.
b)     Abrangia o conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito de participação de camponeses e artesãos em assembléias plebéias livremente eleitas.
c)     pregava a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de tomar a palavra na Assembléia dos cidadãos reunidas na praça da cidade.
d)     Evitava a participação dos militares e guerreiros, considerando-os incapazes para o exercício da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais.
e)     era exercida pelos cidadãos de maneira indireta, considerando que estes escolhiam seus representantes políticos por intermédio de eleições periódicas e regulares.

6. (Vunesp) As cidades-Estados da Grécia antiga não possuíam unidades políticas e, pelo menos até a época conhecida como “períodos das Hegemonias”, gozavam de ampla soberania. Isso significa que:

a)     Mantinham uma política comum de organização financeira
b)     Tinham crenças religiosas intercambiáveis.
c)     Eram politicamente autônomas.
d)     Eram dirigidas pelo mesmo soberano.
e)     Formavam um mercado comum de produtos

7. UFMS Sobre a vida econômica e social em Atenas, no chamado período clássico da polis grega (séc. V e parte do IV a. C.), assinale as características corretas.
01. O fundamento da cidadania era a riqueza proveniente da terra, garantido pelo regime da grande propriedade então existente em Atenas – três quartos de seus cidadãos eram proprietários. Isso impediu que a democracia ateniense fosse se abrindo e incluísse na categoria de cidadão também os atenienses não proprietários.
02. Os atenienses estabeleceram o sistema representativo em sua democracia, em prejuízo da participação direta de seus cidadãos, diferenciando-se de Esparta nesse aspecto.
04. As famílias ricas tinham suas terras, trabalhadas pelos escravos e dedicavam-se à política, filosofia e ginástica. Daí o preconceito existente contra o trabalho manual.
Os trabalhos que o cidadão ideal não deveria executar eram realizados pelos cidadãos pobres, metecos (estrangeiros) e escravos.
08. Os metecos (estrangeiros) eram imprescindíveis ao funcionamento da democracia dos cidadãos, em razão dos serviços que prestavam (inclusive o comércio) e dos impostos que pagavam. A escravidão também era indispensável para a manutenção desse sistema.
16. O único reparo, o limite que se pode constatar na democracia ateniense, era quanto ao gênero, pois as mulheres não eram consideradas cidadãs.

8. (UEMT) “A educação prolongava-se até a idade madura, pois ninguém tinha liberdade de viver como quisesse. Vivia-se na cidade como num acampamento, onde os pormenores da existência eram regulamentados tanto quanto o serviço público a que se estava obrigado. Pois os cidadãos consideravam-se, durante toda a vida, pertencentes à pátria e não a eles mesmos”. O trecho refere-se à cidade-Estado que, na Grécia, teve sua organização social grandemente influenciada pela legislação de:

a) Drácon;                             b) Licurgo;            
c) Sólon;                d) Pisístrato;
e)  Clístenes.

9. Sófocles, um dos grandes autores do teatro grego antigo, escreveu a tragédia "Antígona", na qual Creonte, rei de Tebas, proíbe que Polinices, filho de Édipo e irmão de Antígona, seja sepultado. Flagrada desobedecendo ao edito real, Antígona é levada à presença de Creonte, ocasião em que se estabelece o seguinte diálogo:

CREONTE - [...](a Antígona) dize-me, sem rodeios; sabias que te era vedado, por um edito, fazer o que fizeste?
ANTÍGONA - Sim, sabia-o bem. Como poderia ignorá-lo, se toda gente o sabe?
CREONTE - E, apesar disso, atreveste-te a passar por cima da lei?
ANTÍGONA - [...] não creio que os teus decretos tenham tanto poder que permitam a alguém saltar por cima das leis, não escritas, mas imutáveis, dos deuses; a sua vigência não é, nem de hoje nem de ontem, mas de sempre, e ninguém sabe como e quando apareceram.
SÓFOCLES. "Antígona". Lisboa: Verbo, [s. d.]. p. 24.

Algumas concepções desse trecho de Sófocles estão também presentes nas idéias de John Locke, um dos grandes pensadores políticos do Iluminismo do século XVIII. Sófocles e Locke têm um pensamento comum quando concebem que
a) os homens firmaram um pacto social e instituíram o governo para empregar a força coletiva na defesa das leis naturais.
b) os homens estariam sujeitos a conflitos de interesses que poderiam ameaçar o direito de propriedade, caso permanecessem em seu estado natural.
c) os homens poderiam se rebelar quando os governantes abusassem do poder e violassem os direitos que eles haviam adquirido desde o seu nascimento.
d) os homens necessitaram de leis aprovadas por mútuo consentimento e aplicadas por juízes e tribunais imparciais.
e) todas estão corretas

10.  (MACKENZIE) – “A partir do século VIII, os gregos viveram um segundo processo  de dispersão, espalhando-se pelo Mediterrâneo e fundando no litoral da Itália, França e Espanha inúmeras colônias – cidades que mantinham uma série de laços, principalmente culturais, com os lugares de origem dos colonizadores.”
O texto diz respeito à fundação de colônias na Grécia Antiga. O fator determinante para essas migrações foi:

a) o crescimento populacional e a escassez de terras cultiváveis no território grego;
b) o expansionismo político, defendido pelo regime democrático das cidades gregas;
c) a invasão dos persas e a conseqüente destruição das cidades da Grécia Continental;
d) a derrota grega na Guerra de Tróia, responsável pelo declínio econômico da Grécia;
e) o desenvolvimento da navegação e a busca de recursos minerais

11.  O período helenístico foi marcado por grandes transformações na civilização grega. Entre suas características, podemos destacar:

a) O desenvolvimento de correntes filosóficas que, diante do esvaziamento das atividades políticas das cidades-Estado, faziam do problema ético o centro de suas preocupações visando, principalmente, ao aprimoramento interior do ser humano.
b) Um completo afastamento da cultura grega com relação às tradições orientais, decorrente, sobretudo, das rivalidades com os persas e da postura depreciativa que considerava bárbaros todos os povos que não falavam o seu idioma.
c) A manutenção da autonomia das cidades-Estado, a essa altura articuladas primeiro na Liga de Delos, sob o comando de Atenas e, posteriormente, sob a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta.
d) A difusão da religião islâmica na região da Macedônia, terra natal de Felipe II, conquistador das cidades-Estado gregas.
e) O apogeu da cultura helênica representado, principalmente, pelo florescimento da filosofia e do teatro e o estabelecimento da democracia ateniense.


12. Sobre as invasões dos "bárbaros" na Europa Ocidental, ocorridas entre os séculos III e IX, é correto afirmar que:

a) foi uma ocupação militar violenta que, causando destruição e barbárie, acarretou a ruína das instituições romanas.
b) se, por um lado, causaram destruição e morte, por outro contribuíram, decisivamente, para o nascimento de uma nova civilização, a da Europa Cristã.
c) apesar dos estragos causados, a Europa conseguiu, afinal, conter os bárbaros, derrotando-os militarmente e, sem solução de continuidade, absorveu e integrou os seus remanescentes.
d) se não fossem elas, o Império Romano não teria desaparecido, pois, superada a crise do século III, passou a dispor de uma estrutura sócio-econômica dinâmica e de uma constituição política centralizada.
e) os Godos foram os povos menos importantes, pois quase não deixaram marcas de sua presença.

13. Dos Séculos III a I a.C., através de guerras de conquista, os patrícios romanos estenderam a sua dominação sobre quase todos os povos do Mediterrâneo. Mas essa vitória externa de Roma contribuiu para transformar a sua própria ordem social interna. Como uma das mais importantes transformações, podemos citar:

a) a queda da monarquia e o estabelecimento da república.
b) a Lei das XII Tábuas, que equiparou patrícios e plebeus.
c) a escravização generalizada dos plebeus e estrangeiros residentes em Roma.
d) a introdução do latifúndio cultivado por escravos, em larga escala.
e) a generalização do trabalho assalariado, estimulada pela expansão mercantil.

14. A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais:

a) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado.
b) fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena propriedade, propagação do cristianismo.
c) crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre.
d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos.
e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava.

15. Comparando-se as civilizações da Antigüidade Ocidental (Grécia e Roma), com as da Antigüidade Oriental (Egito e Mesopotâmia), constata-se que ambas conheceram as mesmas instituições básicas, muitas das quais, aliás, o Ocidente tomou do Oriente. Contudo, houve um setor original e específico da civilização greco-romana. Trata-se do:

a) econômico, com novas formas de indústria e comércio que permitiram o surgimento de centros urbanos.
b) social, com novas formas de trabalho compulsório e hierarquias sociais baseadas no nascimento e na riqueza.
c) religioso, com o aparecimento de divindades com representação antropomórfica e poderes ilimitados.
d) cultural, com o desenvolvimento das artes plásticas e de expressões artísticas derivadas do uso da escrita.
e) político, com a criação de práticas participativas no poder e instituições republicanas de governo.

16. "Em Roma, a civilização, a cultura, a literatura, a arte e a própria religião provieram quase inteiramente dos gregos ao longo de quase meio milênio de aculturação". - Paul Veyne, in HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA. Com relação à cultura greco-romana assinale a alternativa incorreta:

a) Pode-se afirmar que de Gibraltar ao Indo, região dominada pelo Império Romano, reinava a civilização helenística.
b) O aparelho de estado romano não se espelhou na política grega devido às diferentes perspectivas que tinham os romanos sobre duas questões: a riqueza e o poder.
c) Apesar de copiarem a arte grega, os romanos foram originais no que diz respeito ao ato de retratar, tanto através de pintura quanto da escultura.
d) Assim como em Atenas, a posição da mulher romana era de grande poder político e prestígio social.
e) No início do período republicano, a vida familiar entrou em crise: adultério e divórcio, cultos orientais e gregos tomaram o lugar da
religião formalista, patriótica e do culto aos antepassados.

17. Na história de Roma, o século III da era cristã é considerado o século das crises. Foi nesse período que:

a) As tensões geradas pelas conquistas se refletiram nas contendas políticas, criaram um clima de constantes agitações, promovendo desordens nas cidades.
b) O exército entrou em crise e deixou de ser o exército de cidadãos proprietários de terras.
c) O império romano começou a sofrer a terrível crise do trabalho escravo, base principal de sua riqueza.
d) Os soldados perderam a confiança no Estado e tornaram-se fiéis a seus generais partilhando com eles os espólios de guerra.
e) Os conflitos pela posse da terra geraram a Guerra Civil.

18. Leia o texto: "Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar, a luz e mais nada (...). Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outro, mas embora sejam chamados senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu." (Tibério Graco - Perry Anderson, PASSAGEM DA ANTIGÜIDADE AO FEUDALISMO, pág. 60) Os irmãos Tibério e Caio Graco, Tribunos da Plebe romana, pretendiam:

a) limitar a área de terras públicas (Ager Publicus) ocupadas por particulares e distribuir as mesmas aos cidadãos pobres.
b) limitar a área de latifúndios e distribuir as terras públicas aos Patrícios.
c) limitar o direito de cidadania romana aos habitantes do Lácio, Etrúria e Sabínia.
d) limitar a excessiva expansão territorial derivada de uma prolongada política de conquista e anexação de terras.
e) limitar a expropriação dos latifúndios e estabelecer propriedades coletivas.

19. No contexto do Império Romano, no período denominado Baixo Império, observa-se a decadência de Roma e a atuação de Teodósio que, entre outras realizações,
a) criou a tetrarquia e elaborou o Edito do Máximo.
b) promulgou o Edito de Milão, concessão da cidadania a todos os homens livres do Império e organizou um Código de Leis.
c) oficializou o Cristianismo e determinou a divisão do Império Romano em Império do Oriente e Império do Ocidente.
d) implantou a "Pax Romana" e deu prosseguimento à perseguição aos cristãos.
e) organizou o idioma latino e não aceitou o culto imperial.

20. Nas últimas décadas do século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco propuseram um extenso programa de reformas políticas e sociais na cidade de Roma. O principal objetivo das reformas era

a) garantir a igualdade política e jurídica entre patrícios e plebeus, através da criação de magistraturas plebéias.
b) controlar a inflação e a crise econômica que assolava o mundo romano.
c) combater o militarismo da elite dirigente romana e a concentração de riquezas nas mãos dos generais.
d) promover a democracia plena, através da extensão do direito de voto às mulheres e analfabetos.
e) fortalecer a população camponesa, que compunha a base do exército republicano, através da distribuição de terras.

21. "Um deus, parece, se ocupou de vós: prevendo o futuro, implantou duas estirpes gêmeas de reis, em lugar de uma única (...) Introduziu o comedimento do sábio poder exercido pela velhice na força arrogante que se apoiava sobre o nascimento, tornando a competência dos vinte e oito Gerontes igual à dos Reis na votação dos assuntos mais importantes (...) Constatando que o governo ainda era cheio de orgulho e desconfiança, impôs-lhe à guisa de freio a soberania dos Éforos (...)". (Platão - As Leis.) O texto de Platão e o conhecimento da conservadora organização política da Cidade-Estado ou Pólis Espartana permite afirmar corretamente:

I - No lugar de uma monarquia existia uma diarquia, ou seja, dois reis, certamente para evitar a autocracia.
II - Os componentes do Senado ou Gerúsia eram anciãos, em número de vinte e oito, com mais de sessenta anos e competia-lhes fazer as leis.
III - O texto de Platão omite a existência da Assembléia do povo ou Ápela, formada por cidadãos de mais de 30 anos, que ratificava ou não as decisões da Gerúsia ou Senado.

Está correta ou estão corretas:

a) I, II e III.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II.
d) Apenas I.
e) Apenas I e III.

22. Assinale a alternativa INCORRETA, acerca da expansão do Cristianismo no Império Romano.

a) A religião ganhou ao longo dos séculos um caráter universal e suas promessas de salvação após a morte deram, de início, um novo sentido à vida das massas populares urbanas, estendendo-se ao campo e às classes de proprietários.
b) Pelo Edito de Milão, o Estado romano reconheceu oficialmente a religião cristã.
c) Alcançando as camadas ricas da sociedade, o cristianismo ganhou uma organização hierárquica modelada no sistema administrativo Imperial e aceitou a ordem escravista.
d) A perseguição aos cristãos iniciou-se durante o governo de Nero, responsabilizados pelas calamidades e crises que se abatiam sobre o império e de não cultuarem os deuses romanos nem o divino imperador.
e) O cristianismo foi ao longo dos primeiros séculos uma fonte permanente de critica à moral e aos costumes romanos, sendo durante reprimido e substituído pelo paganismo do imperador Constantino no século V d.C. .

23. I. "...os comícios eram assembléias populares encarregadas de votar as leis e eleger os magistrados. Havia dois tipos de comícios: os centuriais e os tribais." II. "...os magistrados eram eleitos pelos comícios por um período de um ano e cada magistratura era exercida concomitantemente pelos cônsules, pretores, questores e edis." III. "...o senado, encarregado da elaboração das leis, era o poder de fato (...) e se encarregava das finanças, religião e administração do território e política exterior." Em relação à Roma antiga, os itens I, II e III referem-se

a) à organização administrativa do Baixo Império.
b) às principais instituições políticas da República.
c) às características políticas do Período Monárquico.
d) às razões da concentração do poder no Principado.
e) à fase de instauração da "pax romana" durante o Alto Império.

24. "Os cristãos insistiam em que só eles possuíam a verdade e que todas as outras religiões, inclusive as do Estado, que eram praticadas pelos romanos eram falsas. Recusavam-se, por exemplo, a cumprir os rituais ligados à figura do imperador - tais como a queima do incenso diante da estátua. Afirmavam que tais gestos significava adorar o imperador como um deus. (...)" (HADAS, Moses. "Roma Imperial". José Olympio, 1969 p. 136.) Assinale a alternativa que não corresponde ao cristianismo:

a) São Paulo (Paulo de Tarso) teve papel preponderante na estruturação do pensamento cristão.
b) Através do Edito de Milão, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Estado romano no século III, durante o governo de Juliano.
c) A ascensão do Cristianismo em Roma foi lenta. No início os cristãos foram perseguidos. Somente no século IV, com o Imperador Constantino, a igreja cristã foi permitida.
d) Os cristãos foram perseguidos porque a sua fé resultava em desobediência política.
e) As massas miseráveis convertiam-se ao cristianismo, pois esperavam que Cristo, ao retornar ao mundo, as livrasse da opressão.

25. A expansão romana pelo Mar Mediterrâneo gerou importantes transformações políticas, econômicas e sociais. Dentre elas temos:

a) fortalecimento da família; desenvolvimento das atividades agropastoris; grande afluxo de riquezas, provenientes das conquistas.
b) aumento do trabalho livre; maior concentração populacional nos campos e enriquecimento da elite patrícia.
c) influência bastante grande da cultura grega; domínio político dos plebeus; grande moralização dos costumes.
d) fim do trabalho escravo; concentração da plebe no campo; domínio político dos militares.
e) grande número de escravos; predomínio do comércio; êxodo rural, gerando o empobrecimento da plebe.

26. Na Roma Antiga:

(01) Na fase monárquica, o poder dos reis foi fortalecido pela atuação de tribunos eleitos pela plebe, como os censores e os questores.
(02) O início da República foi marcado pela ocorrência de diversos conflitos armados nas províncias célticas, no episódio conhecido como Guerra Púnica.
(04) Culturalmente, apesar do contato mantido com diferentes povos, os romanos não permitiam que outros cultos ou práticas religiosas tivessem penetração em sua sociedade.
(08) No apogeu do período imperial, eclodiram diversas revoltas em territórios anexados, entre as quais a da Judéia (132-135), que foi violentamente reprimida, passando a região a ser chamada Palestina, como sinal de sua extinção política.
(16) Durante todo o Império, o sistema econômico baseou-se no trabalho livre e a produção agrícola procedia das pequenas propriedades familiares.
(32) No período final da desagregação do Império, o cristianismo, antes combatido, foi adotado como religião oficial do Estado.

27. Leia o texto sobre as instituições políticas da antiga República Romana. "Mesmo para um cidadão romano, seria impossível dizer, com certeza, se o sistema, em seu conjunto, era aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a quem fixar atenção no poder dos cônsules, a Constituição romana parecerá totalmente monárquica; a quem a fixar no Senado, parecerá aristocrática, e a quem fixar no poder do povo, parecerá, claramente, democrática." (Políbio, historiador grego do século II a.C. ln: Pedro Paulo Abreu Funari. "Roma: Vida pública e vida privada." São Paulo: Atual, 1993. p. 21) Com base no texto e no conhecimento histórico, pode-se afirmar que

a) as instituições romanas não sofreram influências dos gregos, uma vez que os romanos mantiveram uma política isolacionista durante todo o período republicano.
b) os romanos não inovaram na formação das instituições políticas, já que imitaram o sistema político das civilizações gregas e das civilizações orientais.
c) a instituição do equilíbrio de poderes, presente na constituição da antiga República Romana, influenciou posteriormente as instituições ocidentais, trazendo enorme contribuição à ciência do direito.
d) o equilíbrio de poderes, instituído após a queda da monarquia, evitou totalmente conflitos entre as classes sociais durante toda a República, já que permitiu a participação do povo na vida política.
e) os plebeus não tinham direito de participação nas instituições políticas romanas da República, já que eles eram estrangeiros e não possuíam, portanto, a cidadania romana.

28. Analise o comentário abaixo sobre a situação da mulher romana. "Suas qualidades domésticas, virtude, docilidade, gentileza, bom caráter, dedicação ao tricô, piedade sem superstição, discrição nas roupas e na maquiagem, por que relembrá-las? Por que falar do seu carinho e devoção aos familiares, já que você tratava tão bem meus pais quanto os seus [...]" (Elogio fúnebre a Túria. apud FUNARI, Pedro Paulo Abreu. "Roma: vida pública e vida privada." 4 ed. São Paulo: Atual, 1993, p.47.) Considerando a idéia básica do texto, é correto afirmar que:

a) a mulher usufruía de prerrogativas idênticas às desfrutadas pelo homem na vida em sociedade.
b) a mãe de família dirigia, com toda a independência, a educação dos filhos e os negócios do marido.
c) o respeito dedicado à mulher romana garantiu a sua emancipação da tutela masculina, a partir do regime republicano.
d) as condições de liberdade, reservadas à mulher, tinham como limite a autoridade do pai de família.
e) a independência feminina constituía uma vitória, acatada pela nobreza romana, após a implantação do Império

29. "Somos servos da lei para podermos ser livres." Cícero "O que apraz ao príncipe tem força de lei." Ulpiano As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo como base as sentenças acima, considere as afirmações:

I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.

Estão corretas, apenas:

a) I e III.
b) I e III.
c) Il e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

30. "Não é sem razão que os deuses e os homens escolheram este lugar para a fundação da cidade: a extrema salubridade dos seus outeiros; a vantagem de um rio capaz de trazer as colheitas do seu interior, bem como de receber os aprovisionamentos marítimos, as comodidades da vizinhança do mar, sem os perigos a que as frotas estrangeiras exporiam a uma excessiva proximidade; uma posição central relativamente às diferentes regiões da Itália, posição que parece ter sido prevista unicamente para favorecer a expansão da cidade. Acha-se no seu 365.o ano, e durante esse tempo o círculo dos povos estrangeiros que a rodeia nunca deixou (...) de estar em guerra convosco; e, todavia, não puderam vencer-nos." Tito Lívio (adaptação). O autor do fragmento acima destaca

a) a privilegiada posição geográfica da cidade de Roma, situada na região do Lácio e às margens do Tibre, mas que, devido à proximidade com outros povos, viveu, incessantemente, a falta de alimentos pelo bloqueio de suas fronteiras.
b) as razões pelas quais Roma teria sido favorecida desde sua fundação, exemplificando com a impossibilidade de ataques inimigos.
c) a relação harmoniosa entre o espaço físico de Roma e os objetivos desta cidade, que se pretende expansionista, independente e segura.
d) as diferenças entre a região do Lácio e da Toscana, na Itália, apontando na primeira as condições ideais para a fundação de uma cidade totalmente isolada das fronteiras inimigas.
e) a necessidade de Roma aproximar-se do círculo dos povos estrangeiros, para poder garantir seus aprovisionamentos e garantir a paz, em uma região de relevo muito recortado e sujeita, portanto, a ataques relâmpago.

31. Considerando as seguintes afirmações sobre a crise socioeconômica e política da República Romana, a partir dos desdobramentos da expansão militar fora da Península ltálica.

I. A expansão militar fortaleceu a fração rica dos plebeus, a qual liderou este grupo social contra os patrícios, destruindo o poder político do Senado.
II. A mobilização militar permanente prejudicou os pequenos proprietários, que dificilmente se readaptavam à vida agrícola, passando a migrar para as cidades ou tornando-se colonos.
III. A disponibilidade de mão-de-obra escrava determinada pelas guerras de conquista condicionou a concentração da propriedade rural e a especialização agrícola, com produção voltada para o mercado.
IV. A administração das regiões conquistadas produziu uma forte unidade política entre a aristocracia de Roma e as diversas elites provinciais, a qual se consolidou principalmente através da Lei das Doze Tábuas.

A análise das afirmativas permite concluir que é correta a alternativa.

a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.

32. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráticos e de valores republicanos. Na Antigüidade, tais padrões e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram

a) a liberdade e o individualismo.
b) o debate e o bem público.
c) a demagogia e o populismo.
d) o consenso e o respeito à privacidade.
e) a tolerância religiosa e o direito civil.

33. . Leia, com atenção, o texto que se segue:

" - Guardas! Guardas! - grita Creonte, alucinado.
- Levem depressa, e para bem longe daqui, este homem desgraçado que, querendo sobrepor -se aos deuses, matou noiva, filho, esposa e mãe. Ai de mim, tudo desmorona a meu redor. Um deus, sim, um deus desabou sobre mim com seu peso enorme e calcou aos pés a minha sorte.
- Não se devem ofender os deuses. Os golpes impiedosos que eles infligem ensinam os homens arrogantes a chegar à velhice com sabedoria. Eis a primeira condição da felicidade - conclui o corifeu, secundado pelo coro dos velhos tebanos".
                (SÓFOCLES. "Antígone". Tradução e adaptação de Cecília Casas. São Paulo: Scipione, 2004 , p. 38-39).

A passagem apresentada é extraída da peça "Antígone", do poeta e dramaturgo grego Sófocles (496-405 a.C.). A tragédia clássica caracteriza-se pelas tentativas humanas de fugir do destino determinado pelos deuses. Na sociedade grega da Antigüidade,
a) os deuses eram divindades infalíveis e onipresentes e, por isso, detinham em suas mãos os destinos da Humanidade.
b) Zeus era equivalente ao Deus dos cristãos, tendo apenas uma denominação distinta.
c) a religião estabelecia rígido controle moral, considerando como pecado o sexo e o consumo de vinho.
d) os deuses eram imagens projetadas dos próprios homens, adquirindo, além da forma humana, suas paixões, defeitos e vícios.
e) os deuses eram divindades abstratas, sem forma definida, possuindo apenas características morais e espirituais.

34. A força humana é uma das mais antigas fontes de energia empregadas para agir sobre a natureza. Nesse sentido, muito embora, na Antigüidade, as sociedades ateniense e romana não investissem  no desenvolvimento de um aparato tecnológico muito sofisticado, foram capazes de construir uma sólida organização urbana. Para tanto, fundamentaram-se na exploração do trabalho humano por meio das relações escravistas de produção. Das alternativas a seguir, a única que NÃO caracteriza o escravismo greco-romano é:
a) o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava na produção agrícola, com a geração de excedentes comercializados nos núcleos urbanos.
b) a conversão jurídica de seres humanos em meios de produção desprovidos de direitos sociais e assimilados a bestas de carga.
c) a conexão estreita entre a expansão do sistema escravista e o fortalecimento do ideal de cidadania, já que o escravo era considerado o oposto do cidadão.
d) o emprego da mão-de-obra escrava na execução das atividades existentes no âmbito da cidade-Estado, incluindo aquelas de natureza política.
e) a importância da guerra como principal fonte de trabalho escravo, dada a relação intrínseca, na Antigüidade, entre crescimento econômico e poderio militar.

35. Dentre os legados dos gregos da Antigüidade Clássica que se mantêm na vida contemporânea, podemos citar:
a) a concepção de democracia com a participação do voto universal.
b) a promoção do espírito de confraternização por intermédio do esporte e de jogos.
c) a idealização e a valorização do trabalho manual em todas suas dimensões.
d) os valores artísticos como expressão do mundo religioso e cristão.
e) os planejamentos urbanísticos segundo padrões das cidades-acrópoles.

36. Quanto à participação política da mulher e dos estrangeiros em Atenas, século VI a.C., é correto afirmar que
a) Clístenes acabou com o direito de participação política da mulher, dado por Sólon, mas manteve o direito de participação dos estrangeiros que vivessem em Atenas há pelo menos dez anos.
b) à mulher era assegurada a participação política desde que subordinada ao marido; os estrangeiros possuíam participação restrita à eleição de seus representantes.
c) Clístenes estabeleceu o direito de participação política das mulheres, mas acabou com o direito de participação dos estrangeiros.
d) as mulheres e os estrangeiros (metecos) não tinham participação política.
e) Clístenes assegurou o direito de participação política das mulheres e dos estrangeiros, mas limitou-se à eleição local do poder dos Demos.









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