domingo, 11 de setembro de 2011

A ERA VARGAS (1930-45)

Segue um esquema sobre a Era Vargas (1930-45)...

1 - O PERÍODO PROVISÓRIO (1930 – 1934):

          Decretos-lei.
          Nomeação de interventores.
          Atrelamento de sindicatos ao governo.
          Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (a cargo de Lindolfo Collor).
          Criação de leis trabalhistas: 8hs diárias, salário mínimo, aposentadoria, férias, estabilidade...
          Revolução Constitucionalista (SP – 1932):
        Oligarquia paulista insatisfeita com exclusão do poder.
        Classe média urbana insatisfeita com autoritarismo varguista.
          Símbolo da luta: MMDC (sigla retirada de estudantes mortos em manifestações, cujos sobrenomes eram Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).
          Objetivo: Reconstitucionalização do país
          Resultado: vitória militar de Vargas e convocação de eleições para a Assembleia Nacional Constituinte em 1933.

2 - O PERÍODO CONSTITUCIONAL (1934 – 1937):

          A constituição de 1934:
        Voto secreto, obrigatório, direto.
        Voto feminino (excluindo-se analfabetos).
        Justiça eleitoral.
        Corporativismo.
        Confirmação de leis trabalhistas.
        Mandato presidencial de 4 anos.
        1º presidente eleito indiretamente: Getúlio Vargas.
        Intervenção do Estado na exploração de minérios.
          Formação de 2 correntes políticas antagônicas influenciadas pela conjuntura internacional.
          AIB (Ação Integralista Brasileira):
        Grupo fascista.
        Plínio Salgado (líder).
        Condenavam o capitalismo financeiro internacional, mas não a propriedade privada.
        Totalitarismo, unipartidarismo, anticomunismo, antiliberalismo, personalismo, nacionalismo, corporativismo e Estado centralizado forte.
        Lema: “Deus, Pátria e Família”.
        Saudação: ANAUÊ
        Apoiados por setores da Igreja (combate ao “comunismo ateu”), classe média alta, empresários capitalistas e imigrantes ou descendentes de imigrantes ítalo-germânicos radicados especialmente no RS e SC.

          ANL (Aliança Nacional Libertadora):
        Aliança de esquerda reunindo comunistas, socialistas, democratas e simpatizantes de esquerda em geral.
        Luís Carlos Prestes (líder).
        Defendiam o não pagamento da dívida externa, reforma agrária e respeito às liberdades individuais (direito de greve, imprensa livre...), nacionalização de empresas estrangeiras e governo popular;
          Getúlio coloca a ANL  na ilegalidade através da edição da Lei de segurança Nacional (Jul/1935).
          Nov/1935 - Intentona Comunista: tentativa de golpe por membros da ANL. Mal organizada, fracassou rapidamente. Seus líderes (incluindo Prestes) foram presos.
          1937: Divulgação do “Plano Cohen” (suposto plano comunista para tomar o poder).
          Congresso é fechado e eleições suspensas.

3 - O ESTADO NOVO (1937 – 1945):

          Nova constituição (1937): POLACA (constituição fascista).
          Estado de Emergência permanente – plenos poderes ao presidente e a polícia.
          Congresso fechado – decretos-lei.
          Proibição de greves.
          Censura permanente (DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda).
          Prisão de qualquer opositor.
          Apoio das forças armadas.
          Simpatia ao fascismo.
          Ausência de qualquer partido (até a AIB foi fechada).
          1938 - Intentona Integralista:
        Golpe fracassado da AIB.
        Líderes presos.
        Plínio Salgado exila-se em Portugal.
          Política internacional pragmática:
        Exploração de rivalidades para obter vantagens para o Brasil.
        Projeto de industrialização.
          1942: Navios brasileiros são afundados por submarinos alemães.
          Brasil declara guerra ao Eixo (ALE + ITA + JAP).
          1943: Edição da CLT (controle dos trabalhadores).
          1944: FEB (Força Expedicionária Brasileira) desembarca na Itália com aproximadamente 25 mil homens.
          Luta contra o nazifascismo estabelece contradição interna: ditadura lutando ao lado das “forças pró-democracia”.
          Diversos setores sociais começam a pedir democracia interna (entre eles a UNE, criada em 1937, os meios de comunicação, apesar da censura...).
          Vargas convoca eleições para 1945, acaba com a censura e anistia presos políticos.
          Vargas aproxima-se até dos comunistas para permanecer no poder.
          Propõe uma “Lei Anti-Truste” que desagrada os EUA.
          Em 1945, é afastado do poder pelo exército (influenciado pelos EUA), que temia uma nova tentativa golpista do presidente. Vargas retorna para São Borja e é eleito posteriormente senador por dois estados ao mesmo tempo (RS e SP).
          José Linhares (presidente do STF) assume o poder até que as eleições tivessem transcorrido e o novo presidente assumisse.

3 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GOVERNO VARGAS:

          POPULISMO – tipo de governo que possui as seguintes características: autoritarismo, estatismo, corporativismo, culto ao líder combinado com concessões parciais a camada mais pobre da população visando obter seu apoio. Ocorreu na América Latina entre os anos 30 e 50, e tem em Getúlio Vargas, no Brasil, Juan Domingo Perón, na Argentina e Lázaro Cardenas, no México seus mais notórios representantes.
          O Estado era o “mediador” dos conflitos sociais.
          Nacionalismo econômico, com criação de empresas estatais e obras públicas.
          Intervenção do Estado na economia, inspirado no modelo do “New Deal” norte-americano.
          Controle dos trabalhadores com criação de leis (a CLT, é um exemplo disso) e atrelamento dos sindicatos.
          Utilização intensa de propaganda governamental e censura, com a criação da DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que cuidadosamente “fabrica” a imagem do “pai do trabalhador”.
          Descaso com o trabalhador rural (as leis trabalhistas não chegavam no campo).
          Aproximação com camadas populares urbanas.
          Incentivo ao mercado interno.
          Recuperação do preço do café (queima de estoque).
          Incentivos a indústria nacional (especialmente a de base durante a II Guerra Mundial), com a criação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a nacionalização de refinarias de petróleo.

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